As Tais Escutas

Esse Carlinhos Cacheira está dando o que falar. Na sessão da CPI, que investiga o suposto envolvimento do senador Demóstenes Torres com o tráfico de influência e o uso de dinheiro, oriundo da contravenção, ele foi chamado até de múmia.
A senadora Katia Abreu (PSD-TO) perdendo a paciência com a mudez e as esquivas do depoente, disse também que não estava ali para dar “ouro pro bandido”. Imagine.
Se os interrogantes ao invés de se descabelarem, esmurrarem as mesas, ou vociferassem, determinassem que o silêncio do interrogado presumiria a sua concordância com as afirmações da CPI, o Cachoeira “jorraria” fácil, fácil.
Até o conceituadíssimo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), chamando o senhor Carlos Augusto de marginal, depois dos dribles do depoente, considerou estar ele “tomado da arrogância de quem é livre, e não preso”.
Esse “esquemão”, da corrente de água que se despenha, foi trazido à lume por investigações que se utilizaram de escutas clandestinas de telefones.
Se não estavam previamente autorizadas por quem de direito, diz a lei, elas, as tais escutas, são nulas. E se nulas, todos os atos investigativos subsequentes também o seriam.
É a lei.
Mas e aí, como é que ficamos? Transgride-se a lei pra investigar e punir, ou a respeitamos permitindo que os crimes compensem?
24/05/12

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
Esse post foi publicado em Política e marcado , , , , , . Guardar link permanente.

Deixe um comentário