Carta aberta à Têmis

TêmisTêmis, minha lindinha, o que está acontecendo com você?

Há alguns anos, quando nos conhecemos você era tão boazinha, atendia a todos os meus pedidos e não se importava muito se as questões referiam-se ao 155, 157 ou até mesmo ao 121. Você era um doce e não titubeava. Estávamos sempre juntos.

Eu gostava de você Têmis.

Mas e agora? O que se passa nesta sua linda cabecinha? Será, meu amor, minha querida, que você se deixou influenciar pelo que dizem da minha pessoa?

Será minha fofa, que você se impressionou muito com os meus escritos que teriam levado até sua bela e majestosa figura?

Você, minha linda, não tinha esse hábito de maltratar assim o meu pobre coração. Saiba minha xuxuca, que nunca falei mal de ti.

Nunca acreditei que você se prostituiu ou se prostitui até hoje. Em tempo algum, saiba disso, minha querida, que apesar de ouvir horrores a seu respeito, nunca repassei as heresias.

Eu não consigo entender por que motivo você tem me maltratado. Sempre lhe fui fiel.

Será que você conseguiu amantes mais ricos, mais jovens e muito mais bonitos do que eu?

Têmis, minha gatinha manhosa: será que eu preciso lhe pagar alguma coisa pra que você volte a ser comigo o que era antes?

Não tenho lhe pedido nada de muito especial. Sempre confiei na sua presteza. Mas, diante dos acontecimentos não posso deixar de supor que você esteja de mal comigo.

O que foi que te fiz, lindinha?

Conta pro papai. É questão de grana? Como vou adivinhar se você não me diz?

Têmis, não quero acreditar que você esteja gorda e feia e que por isso não deseja mais trabalhar tanto; atender aos meus pedidos.

Dizem que você está caduca, envelhecida, lenta, decrépita, e desmotivada. Não creio nisso. Acho-a supimpa pra caramba.

Afinal, minha gatinha, nossa história não começou ontem ou antes de ontem. Já faz algum tempo que nos relacionamos.

Será, minha fofa, que não podemos voltar a nos entender novamente?

Olha minha gorducha: eu te amo, viu?

Por favor, minha neném, atenda aos meus pedidos. Não são nada de mais.

Saudações.

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
Esse post foi publicado em Crônicas e marcado , , , , , , . Guardar link permanente.

Deixe um comentário