Excetuando os casos evidentes de idiotia, é bastante difícil acreditar que ainda existe quem nunca tenha ido ao cinema.
Você pode não acreditar, mas há sim, quem não consiga ler e compreender notícias simples de jornal.
Os que tiram proveito econômico, ou politico, desse tipo de fenômeno garantem que a ausência de entendimento dos noticiários da TV, ou do rádio, não passa do resultado da concentração das imensas doses de preguiça.
Sim, mas a preguiça, – dirá meu astuto e preclaro leitor – pode ser muito relativa. Ou seja, a sua conceituação depende do ponto de vista de quem a conceitua.
Por exemplo: para o cortador de cana, vagabundo é todo aquele que não trabalha como ele o faz.
Assim, para o sujeito que usa os músculos para ganhar a vida, todos os demais como artistas, professores, cientistas, médicos, advogados e engenheiros, não deixam mesmo de ser os verdadeiros “braços curtos”.
Entretanto acredita-se que a educação – apesar de ser impossível fazer funcionar corretamente um bólido de fórmula 1, com motor de fusca 1600 – possa ser o caminho para a pacificação de certos trechos do bairro turbulento.
Dessa ideia surge a noção de que “quem nasceu goiabeira nunca será videira” não é muito correta, e tudo pode se acomodar.
Sim, nada contra, mas a escola e os professores devem ser especialistas.
Afinal, os componentes dessa turma de educandos carecem do entendimento propiciador dos comportamentos sociais condizentes com a paz.
Longe de nós qualquer tipo de preconceito, mas a paz, a tranquilidade, a harmonia são bens públicos passíveis de exigência do poder público.
As autoridades não podem negar-se a cumprir a legislação pertinente ao assunto, sob a alegação de que “a culpa” de todas as perturbações seja das “vitimas”.
Aceitar essa tese é o mesmo que validar o crime do exercício arbitrário das próprias razões (linchamento).
Em todo caso, apesar dos esforços da parentela e da comunidade em tentar fazer funcionar programas avançados de computador em suportes físicos inadequados, ou de outorgar a gerência dos negócios comerciais a pessoas habituadas aos trabalhos de reciclagem, a cidade torce para que todas as quizumbas tenham bons termos.
Eu também.
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