Não é fácil ser pobre. Não é à toa que quando os caras metidos com a politica têm oportunidade – tipo Metrô, Trens, Mensalão, Petrobras – metem a mão mesmo.
Ser pobre, isto é, ter menos do que o suficiente para sobreviver, significa dentre outras coisas, depender dos serviços públicos de saúde, segurança e escolar, por exemplo.
E a característica básica que os deficientes monetários encontram no atendimento nestas áreas é, via de regra, o descaso total.
Não que a disfunção dos serviços seja completa, inoperante. Mas a dinâmica poderia ser, na área da saúde, melhorada e muito.
Por exemplo: por que o cidadão, que necessita do atendimento odontológico, tem de consultar antes o clínico geral? O mesmo sucede com quem precisa dos cuidados do oculista. Por que cargas d`água ele deve passar pelo generalista?
Então veja como é bem complicada a perda de tempo para o miserável que se vale do poder público: ele tem de esperar a consulta com o geralista, depois então, de encaminhado ao especialista, deve aguardar a data para outra consulta.
Longe de nós sugerir a supressão de cargos ou empregos. Mas me diga: quem procura por atendimento ginecológico no dentista?
É mesmo preciso ter alguém para indicar a especialidade? Se o cidadão comparece ao posto de saúde do bairro dele queixando-se de males indefinidos, é claro que neste caso, só o clínico geral poderia identificar quem estaria habilitado a tratar as causas das queixas.
Mas se o camarada surge, depois dos trãmite burocráticos, para conseguir o cartão de atendimento, no posto de saúde com sinais de câncer de pele, como não encaminhá-lo ao oncologista?
Veja quanto tempo se perde nas designações – dispensáveis – de datas para as consultas com o clínico geral.
Será que o direito dos cidadãos aos serviços públicos de saúde – e dever do poder público de prestá-los -, não teria prioridade sobre o inusitado da manutenção de um clínico geral atendendo também no balcão do posto?