Mansões da paz

Eu tinha um amigo que dizia sempre: “O parvo considera loucura o que não consegue fazer ou imitar”.
E ele – o tolo – fica chateadíssimo se, diante de algo impossível para ele, não impressiona a parceira que, com a admiração causada pelo que vê, enche-o de ciúme.
A compreensão difícil pode complicar as coisas para muita gente. O escritor português José Saramago, disse por exemplo, que “a Bíblia é o livro que contém todas as maldades do mundo”.
Os que logo saíram a meter o pau no prêmio Nobel de Literatura esqueceram-se que é justamente na Bíblia sagrada que se encontra a narrativa da morte do Abel, morto por seu irmão Caim. É lá também, que o leitor saberá sobre as sete pragas do Egito, a perambulação do povo judeu pelo deserto durante 40 anos, o adultério de Davi, a morte do Urias, calúnias, assassinatos, e centenas de outras maldades horríveis que servem de inspiração até hoje, para alguns malucos corruptores de tudo.
As interpretações errôneas fazem mal a muita gente.
E quando num casal, a mocinha só dará carinho ao parceiro, se ele provar o seu amor a ela, fazendo algum mal terrível para alguém?
Essa situação acontece também com alguns candidatos durante as campanhas eleitorais. Políticos desonestos, em troca dos votos de determinadas categorias, prometem danar este ou aquele adversário paroquial, prendendo certas pessoas, internando outras, apagando blogues ou incendiando jornais.
Mas, meu amigo, você sabe que a mentira tem pernas curtas, a verdade sempre aparece e o mal nunca prevalece.
Quem é bom não precisa nunca caluniar ou desmerecer o outro para fazer sucesso.
Tem gente que faz castelos com as pedras que lhe atiram. Não chego a este exagero, mas, modéstia a parte, já fiz algumas mansões invejáveis.

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
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