Pulando em cima

 

Um bafafá imenso formou-se na sessão ordinária da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta última quarta-feira (6/5).
O deputado federal Roberto Freire (PPS) discutia com Orlando Silva (PCdoB) sobre as medidas provisórias do ajuste fiscal, quando houve a intromissão de Jandira Feghali (PCdoB).
Roberto Freire então, tocando-a no braço, afastou-a do local onde debatia com Orlando Silva.
A deputada Jandira, sentindo-se agredida, indignando-se, puxou um coro, composto por mulheres, que entoava: “Violência contra a mulher, não é o Brasil que a gente quer”.
Em seguida o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) tomando o microfone afirmou: “Mulher que participa da política e bate como homem, tem que apanhar como homem também”.
Virgem Santa!!!! Desse momento em diante, era só ameaça de processo e pedidos de abertura de procedimentos, dentro e fora da Câmara, que voava por todos os lados.
Comentei esse acontecimento com uma pessoa e ela me respondeu dizendo isso:
“Tem mais é que bater mesmo. Imagine você se duas vigaristas se reúnem debaixo da janela do seu quarto e, de propósito, diariamente, durante semanas a fio, te provocam insolentemente. O que é que você faz? Vai chamar a polícia? No mínimo você deve sair e conversar com as mulheres.
Agora, se você for atacado com tapas e xingado, não vai reagir, só porque é mulher? Pula em cima, amigo!”
Fiquei pensando se é válida ou não a noção de que mulher de nível educacional/cultural inferior, insuficiente para contê-la, quando ingressa num círculo economicamente mais vantajoso que o seu, e persevera nos erros, merece ou não, maior severidade no trato.
No final concluí que sim. Aquele meu confidente comparou a situação das provocadoras debaixo da janela, àquela em que um cidadão é atacado, no meio da rua, por um cão cujo dono o deixa, por dias e noites, defronte a sua casa.
Então, a vítima não vai se defender chutando ou jogando pedras no bicho agressor, só porque é um cachorro, e tem lei que condena os maus tratos aos animais?
Ou os intrometidos, enxeridos e agressivos moradores de um quarteirão, podem fazer o que querem, atacando as pessoas, destruindo a propriedade alheia, e não devem depois, receber as penas da lei, só por dizerem ser deficientes mentais?
Ou os menores de 16 anos não podem ser incriminados por não terem a capacidade de entender os descalabros que cometem?
A cada um segundo as suas obras, meu amigo.

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
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