Oposição

Há muitos que pensam que os que se dedicam aos trabalhos voluntários o fazem motivados pelas culpas decorrentes de terem feito ou deixado de fazer algo reprovável.
Pode até ser que assim seja, haver muita gente nessa condição, mas não é o meu caso.
Minha consciência é tranquila. O que eu fiz ou deixei de fazer está feito e, se diante das mesmas situações passadas, tivesse eu de agir novamente, certamente não agiria de forma diversa.
Considero que o sujeito para assumir uma família deve preparar-se para isso. Do mesmo jeito que o cidadão, para dirigir veículos automotores há de conhecer os sinais do trânsito, o camarada que assume mulher e filhos, vindos de outros relacionamentos, precisa demonstrar maturidade e responsabilidade para fazê-lo.
Se assim não for, tanto o condutor, que sem saber ler nem escrever, ao obter a carta de motorista, e o padrasto que se aventura na constituição dum lar, sem curso prévio de noivos, ignorando o que estão se metendo, podem causar sérios problemas a todos os envolvidos.
Os tais fatos são tão ou mais sérios do que passar adiante alimentos vencidos, que por iletrismo, não identificar as datas de validade, ou não enxergá-las.
O motorista que não conhece os sinais do trânsito pode não respeitar a placa pare ou seguir numa direção oposta à seta que aponta o caminho a ser seguido.
O aventureiro que se mete a viver com mulher rodeada de filhos pode se deixar levar por sentimentos não muito honestos relacionados aos enteados. Daí para a instalação do antagonismo, brigas, discussões diárias e desacordos sem fim é um passo.
A instauração da rivalidade revela aquela mesma oposição existente entre oponentes como patrão e empregado, capital e trabalho, ricos e pobres.
Perceba que esse confronto é notável também em escala maior, em termos de mídia, quando os veículos de comunicação social disseminam suas opiniões políticas, econômicas e sobre todas as demais pautas.
A linha editorial das mídias é coerente com os interesses dos seus anunciantes, daqueles que as sustentam.
Como as que pagam são os industriais, empresários, latifundiários, empreendedores, é tolice das classes trabalhadoras esperarem que os capitalistas façam-lhes concessões com noticiários favoráveis.
Nesses conflitos todos só o bom senso pode equilibrar acalmando os ânimos.

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
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