Cúmplices

Voto Nocivo
Você que votou no Paulo Salim Maluf, Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e outros meliantes perseguidos pela justiça fez, no mínimo, acontecer três coisas: 1. Contribuiu para a deterioração das instituições públicas; 2. Colaborou com o enriquecimento desses condenados e 3. Ficou na mesma vidinha pobre e miserável como sempre foi.
Tem gente que gostaria de, em sendo a justiça bem feita, poder colaborar, numa vaquinha, com algum dinheiro para que, por exemplo, o Sérgio Cabral, o Eduardo Cunha ou o Paulo Salim Maluf, inteirassem o que faltasse pra pagar a passagem do ônibus que os levaria de volta pra casa.

A quantidade da safadeza impune perpetrada pelos políticos nos níveis municipais, estaduais e federais, autoriza milhões de cidadãos, a duvidarem da honestidade na apuração dos votos nas eleições.
Se a regra, durante as gestões, é o drible na legislação, por que não haveria tais artimanhas na contagem dos votos dessa gente que faz vitalícia a ocupação transitória nos cargos eletivos?
Você, meu querido leitor, pode reparar que em algumas cidades é somente um grupelho determinado a assumir a disposição para supostamente gerir a administração pública.
Isso somente ocorre porque o volume dos benefícios obtidos é bem maior do que os desprazeres que as funções proporcionam.
É claro que em troca do salário de prefeito, vereador, deputado estadual, federal, senador ou presidente da república ninguém, ou quase ninguém, se disporia a embrenhar-se no cipoal legislativo e burocrático das funções.
Existe o “por fora”, aquele “algo mais” rendoso, que estimula o candidato a pensar na possibilidade do consumo do carro importado, no apartamento na capital famosa, e nas amantes orgiásticas.
Será que o meu estimado leitor imagina que o pretenso preclaro eleito aparece insistentemente nas fotos das redes sociais apontando buracos nas vias públicas, solicitando o corte do mato, ou clamando por asfalto, o faz somente em troca dos míseros reais que recebe mensalmente?
Será que o cidadão comum imagina que certos engravatados deixam-se fotografar ao lado da acostumada gente calejada na subtração da coisa pública, só em troca da esperança de moralizar o legislativo ou o executivo?
Ninguém mais crê em político. O cidadão sente-se mal ao saber que, com seu voto, ajudou o camarada a ser prefeito, vereador ou o que quer que seja, enriquecendo com isso, de forma criminosa, ao subtrair para si, sua família, ou quadrilha política, os bens que deveriam servir ao povo.
Desta forma é mais acalentadora e confortável a sensação, a consciência, os sentimentos, de que o tal ladrão, se conseguiu ascender de forma delituosa, o fez sem a cumplicidade e ajuda sua.

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
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