Perguntaram outro dia a um nobre deputado federal: Excelência o senhor não teria outra atividade mais útil ao povo, que justificasse de forma mais efetiva, os salários que recebe, do que participar das redes sociais na internet?
Do alto de toda aquela sua sapiência, segurança e sensação que lhe proporcionava o fato de ter recebido mais de 100 mil votos, ele pensou, pensou e… nem tchum deu ao indagador.
O eleitor ficou a matutar se o nobilíssimo legislador não teria percebido a atenção a ele dirigida. Imaginou também que talvez, por ser muito pobre e insignificante, não tivesse merecido qualquer resposta vinda de tão insigne, brilhante e monárquica autoridade.
Quem sabe até a justificativa para o tal “gelo”, fosse a conduta divergente daquele interrogador que, recusando-se a concordar com as insanidades cometidas nas licitações públicas, praticadas por integrantes do partido do senhor deputado, contasse aos quatro ventos, os crimes ouvidos aos sussurros, nos corredores da prefeitura.
Acreditou-se que uma coisa era bem certa. O senhor deputado só respondia a quem achava ser digno de ouvir as suas sábias palavras, buriladas pela cultura adquirida durante a vintena de anos, em que esquentou, com seu traseiro largo, os cargos públicos eletivos.
Alguns teclados digitavam o fato de que aquela excelência não dava mão a pretos, não falava com pobre e nem carregava embrulho. Pra que tanta pose doutor? Pra que tanto orgulho?
Pontes, fábricas de automóveis, recapeamento de ruas já calçadas, são menos eficazes, para o fortalecimento da população carente, da periferia da sua cidade, do que o investimento no ensino público, na contratação de médicos, para os postos de saúde e na adequação da alimentação escolar.
Mas o que traz votos é a aparência das pontes, das ruas asfaltadas, da publicidade que se faz, das fábricas de carros. E o que o senhor quer, deseja mesmo, é a reeleição, muito mais do que o bem estar do povo.
Não é mesmo senhor deputado?
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