Movendo o Burro

 

Existem algumas maneiras de você mover um burro. A primeira delas é espancá-lo tornando incômodo o local onde ele está. A segunda é oferelher-lhe acepipes tipo cenouras saborosas. A terceira é fazer um contrato com o dono dele.
Uma turma pode dizer ao sujeito dependente dos salários pagos em decorrência da ocupação dos cargos eletivos:
– Olha, vai dar uma voltinha na rua que o pessoal do jornal está ligado e o fotografará. A gente vai usar isso como argumento para a reeleição.
E você acha, meu mui nobre e querido eleitor, que o viciado em verbas públicas deixará de ir? É claro que não. O dependente do dinheiro popular se inflará de tal forma, vestirá umas peças básicas (humildes) de roupa e vamo que vamo. Sebo nas canelas.
Afinal mais quatro anos, 48 salários (fora os conchavos), a mordomia, e os privilégios da função pública eletiva, não compensariam uma caminhadazinha básica, ainda que sofrida, pelas calcadas esburacadas, debaixo do sol?
Conheço gente que faria muito mais pra ganhar bem menos.
Mas é assim mesmo. Veja como é o acaso. Ontem o camarada cortava cana. Hoje ele faz leis para uma cidade inteira obedecer.
Enquanto isso, os senis doutores catedráticos continuam na velha faina para obter a maior produtividade do metro quadrado da terra, onde plantarão o tal vegetal, que lhes dará o biocombustível.
Viva a primavera!

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
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