Só mesmo a deficiência intelectual, consequência dos equívocos genéticos sérios, explicaria a incapacidade que algumas pessoas teriam, para compreender que estariam redondamente erradas, ao não obedecerem a legislação vigente.
Antigamente, quando a pessoa era “dura de entendimento”, dizia-se “fulano é burro que nem uma porta”. A porta tem muito disso, de ir e vir, sem nunca sair do mesmo lugar.
Ou seja, todos explicam, ou tentam explicar para o sujeito que ele, pra fazer determinada coisa, na sociedade, precisa suprir esta ou aquela exigência, providenciar este ou aquele documento, mas o mentalmente prejudicado, não consegue assimilar o conceito, promovendo, por causa disso, muita agitação.
A família inteira entra na balburdia tentando adivinhar, com palpites mil, o que fazer pra sair da tal sinuca de bico.
Até o tiozinho gay que, não contendo os chiliques histéricos, diria ao sair correndo da reunião improvisada dos parentes:
– Socorro, que meu feijão vai queimar!
Mas falando sério… A irracionalidade chega a ponto de transformar a própria omissão, ou mesmo negligência, no cuidado dos trâmites burocráticos, em culpa de quem não tem nada a ver com a quizumba.
Esse tipo de estupidez mental pode transformar-se em tijoladas desferidas nas esquinas, tentativas de agressão física, e maledicências.
O problema é que, em havendo “autoridade pública”, tipo vereador oportunista e despreparado que, assumindo a quizila, pode comprometer-se, ao tentar dar os seus jeitinhos.
Sabe-se que a somatória dos tais jeitinhos termina, não raras vezes, em tragédias como aquela de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. `Por isso além de, com o devido respeito, “queimar o filme” do tal político, os jeitinhos, com certeza, comprometerão a boa fama, que por ventura possa ter o partido.
Agora, quem é que explica, para os cabeças-duras, que não adianta espernear, murmurar ou maldizer?
Se o interessado não consegue safar-se dos entraves burocráticos, por absoluta ausência de tino, como poderia oferecer serviços de boa qualidade para outrem?
Não agiria com bom senso o sujeito que, ao invés de reclamar, queixar-se e maldizer a própria sorte, tentasse suprir, com muita calma naqueles balcões, as exigências das posturas municipais?
Olha… Tem muita gente que considera aquele antigo adágio popular, aplicável ao caso, “quem muito fala pouco faz” acertadíssimo.
Eu também.
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