Os bocas de sacola

heil-hitlerDepois da invenção das redes sociais por que usar melancias no pescoço pra chamar a atenção? Dizer o que pensa sobre tudo o que compõe a vida e o seu entorno ficou bem mais fácil e prático.
Aliás, mais prático e necessário. Afinal é a oportunidade que faltava para milhares de pessoas contradizerem os “bocas de gamela”, os “boca de sacola” e os linguarudos inquietos, mostrando aos demais a versão própria dos fatos.
Neste sentido o que pensaria, e também o que desejaria, o sujeito que entra numa reunião fazendo a saudação nazista?
Supondo que o tal, não encontrando respostas para as suas determinações e julgando que ali, naquele meio, houvesse alguém com tendências autoritárias, poderia ele então relembrar, as violências praticadas na Alemanha entre 01/09/1939 a 08/05/1945 como algo acusador/compensador das suas próprias frustrações?
Quem negaria que poderia ter ele também, no seu coração, a intenção de fazer eclodir qualquer tipo de violência semelhante àquela, que todos sabemos, ocorreu nos praticamente 2.174 dias de terror?
Afinal de que serve um Heil Hitler com o bração esticado numa reunião que nada tem a ver com politica ou políticos?
Será que o nosso representante tupiniquim do Fuhrer não teria também, dentre os seus motivos o de, certa forma, nos remeter à visita do anjo Gabriel à Maria?
A incógnita nos autorizaria a supor que o saudador teria inclusive, dentre os seus desejos, o de revolver questões, mexer reavivando, as feridas existentes nos supostos nazistas, e os judeus.
Quem negaria que o tal “projeto subdesenvolvido de nazista” não teria, no seu íntimo, o desejo de provocar a quem considera comunista?
Por que não?
Deste modo, não estaria enganado quem ponderasse ser a medição de forças, e as tentativas de sujeição, atitudes comuns só dos menos crentes.
De uma forma ou de outra, não há como negar a existência da hipocrisia, do preconceito, dos prejulgamentos elaborados com base nas premissas inverídicas.
Atribuir falsamente a alguém fato criminoso – calúnia – é crime e sujeita os criminosos às penas da lei. Ou seja: falou e não provou, é bom ressarcir.
Sim, mas sempre tem quem não se importe com o que dizem. Afinal não é a toa a existência daquela frase antiga que assim se expressa: “Fale bem, ou fale mal, mas fale de mim”.

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
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