O mentiroso

Há quem creia que os mitômanos, os sujeitos adeptos das mentiras, das falsidades, das dissimulações, assim agem objetivando afastar as atenções alheias dos seus projetos próprios que julgam passíveis de críticas, zombarias e desestímulos mil, da mesma forma que eles – os falsos – fazem com os empreendedores à sua volta.
Mas dentre os que falseiam a verdade existe os que se equivocam, enganam-se, confundem-se de tal forma que a semelhança entre os fatos reais e a verbalização, são bem distintos um do outro.
No caso do mentiroso contumaz o ditado “quem fala a verdade, não merece castigo”, não teria muito valor. Com certeza, durante a sua formação, sempre que disse a verdade, foi severamente punido.
A inveja, o ódio, sentimentos de inferioridade, atitudes persecutórias, calúnia e a difamação embasariam os procedimentos opressores contra as vítimas próximas.
Não é incomum serem os falsos, os mentirosos e os enganadores, portadores dos famosos “espírito de porco” definido aqui como característica dos que têm mania de contradizer, de estarem sempre em oposição à lei, ao bom senso, à ordem e aos bons costumes.
Então, à estes basta você dizer: “não deixe seu cachorro na rua porque ele pode atacar e morder as pessoas, trazendo problemas com a polícia”, que lá vão os espíritos de suíno, por birra, deixar os assustadíssimos e pobres cães na rua.
A esses, verdadeiras anomalias, equívocos da natureza, é o suficiente você avisar que entrar ou permanecer, sem permissão, na casa do vizinho, é delito passível de punição, que pronto: lá estão eles, os cabeças de bagre, (que Deus nos livre!!!) a fazer tudo ao contrário.
Aos verdadeiros e legítimos espíritos de porco quando o professor diz: “não é bom, nem saudável, mexer no lixo depositado defronte a casa das pessoas, a espera da coleta” para que os benditos iniciem verdadeiros garimpos na busca de saber o que consomem aqueles a quem maltratam.
Aos espíritos de porco renomados, de longa tradição familiar, quando lhes dizem, num hospital ou velório, que é de boa educação manter o silêncio e o respeito, não raras vezes, iniciam eles verdadeiras gandaias desafiadoras.
Há quem diga terem esses meliantes parentesco com Adão e Eva que, desobedecendo as ordens divinas, fizeram tudo o que não devia ser feito.
Tem quem veja, nos espíritos de porco, a rebeldia dos insensatos, dos jovens, sempre em luta contra os preceitos dos mais velhos.
Nada contra os que combatem, contestam as velhas normas nocivas, improdutivas e malignas.
O problema é fazer ver, aos cabeças de bagre, minhocas do inferno, que suas atitudes são contrárias à ordem, ao progresso, à paz entre os vizinhos, e também na cidade.
Qual é o professor que, na classe, ao dizer para não jogar bolotas de papel nos colegas ou grudar chicletes no cabelo das colegas, não se surpreendeu ao ver que o que evitava, por causa dos espíritos de porco, aconteceu?
Percebo que há uma certa insistência em tocar na tecla da importância do gregarismo. Havemos de nos lembrar que muitas das piores crueldades são perpetradas por coletivos, agrupamentos de espíritos de porco.
Sim, porque tem gente que só pratica o mal em companhia dos que os estimulam a isso.
Geralmente o verdadeiro espírito de porco não “apronta” sozinho, mas age quando bem acompanhado dos seus inúmeros parceiros.
Sozinho e longe do local onde costuma praticar suas insanidades o espirito de porco não passa de uma verdadeira gazela.

Sobre Fernando Zocca

Fernando Antônio Barbosa Zocca é brasileiro, casado, advogado e blogueiro, publica seus textos na Internet há mais de 10 anos tendo iniciado no site usinadeletras.com.br. Foi funcionário da prefeitura municipal de Piracicaba por seis anos. Advogou na comarca de Piracicaba por mais de 20 anos e hoje pratica a caminhada, o ciclismo e a corrida. Em 1982 publicou seu primeiro romance Rosas para Ana.
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