No exercício da advocacia devem-se observar as regras sob pena do cometimento de muitas injustiças.
Se na prática diária os advogados, juízes, desembargadores, promotores de justiça, delegados de polícia, escrivães, escreventes e oficiais de justiça estão sujeitos aos equívocos involuntários, imagine o que não aconteceria se dos atos processuais fizessem parte a má-fé ou o dolo.
Um processo sempre começa com o pedido inicial. Da peça processual, que compõe a tal pretensão do requerente, deve constar a exposição dos fatos, os artigos das leis relacionados, a doutrina e também a jurisprudência.
Diante disto tudo o juiz de direito manda chamar a parte contra quem a peça inicial é elaborada e depois de ouvi-la, tomar o depoimento das testemunhas, cientificar-se dos relatórios dos peritos e as alegações da parte contrária, decide a questão por meio da sentença.
A decisão deve relacionar-se somente sobre o que consta do pedido inicial. Se por exemplo o juiz da vara criminal deve condenar o réu por disparar o seu rifle, da sacada da sua casa, contra um gato acuado na calçada, do outro lado da rua, e o condena por causar o infarto na velhinha que morreu em decorrência do susto que teve então a sentença extrapola os limites do requerido.
Esta saída dos limites do pedido inicial chama-se extra petita.
Se a decisão do juiz deve considerar as atitudes do réu, as testemunhas dos fatos, os resultados das perícias e, se por esse conjunto todo, certificar-se que o acusado, qualificado ali, naquela peça inaugural, não praticou os tais atos delituosos, ou se aquelas ações descritas não são crime, então a declaração da improcedência do pedido seria a decisão justa.
Entretanto se o desejo de condenar o tal perseguido for forte o suficiente para não esmorecer diante da irrefutabilidade das provas a favor dele, careceria à tal autoridade, a elaboração de novas artimanhas, ardis e tretas, com as quais pudesse, saciar a sua vontade.
Condenar por um crime não existente é tão ou mais grave do que o cometimento do tal delito. Neste sentido antes absolver o culpado do que condenar o inocente. Ou seja, os danos são menores quando se absolve o culpado do que quando se condena o inocente que não tem nada a ver com a quizumba.
O presente impeachment contra a presidenta Dilma é exatamente isso. Ou seja, não houve crime de responsabilidade fiscal ou empréstimos bancários ilegais. O que a presidenta fez outros governos também o fizeram e não foram por isso questionados.
A cassação da Dilma significa a ascensão de Michel Temer e isso é equivalente à cessação das investigações da Lava a Jato exatamente no instante em que os componentes do PSDB e PMDB começam a ter seus crimes ameaçados de descoberta.
Ao governo não interessa a supressão do deputado Eduardo Cunha. Apesar das evidências notabilíssimas dos crimes de lesão contra a economia nacional cometidas por ele, a sua prisão pode significar a delação de todos os velhos corruptos, que durante todos esses anos de vida pública, roubaram descaradamente o dinheiro que deveria servir ao melhor conforto da população eleitora pagadora dos impostos.
Não só com a prisão do criminoso far-se-ia a justiça, mas também com a devolução do que por ele foi adquirido ilegalmente.
A descrença, desconfiança na política, nos políticos, é o resultado da injustiça, da impunibilidade, da ostentação de quem rouba e ainda humilha, ofende gravosamente, o trabalhador honesto chamando-o de vagabundo.
Essa loucura precisa acabar. Cadeia para os corruptos e expropriação dos bens por eles adquiridos desonestamente.
Hoje, 9 de julho, comemora-se mais um aniversário (84ª) da revolução constitucionalista de 1932. Ela foi deflagrada por disparos feitos do alto da sacada de um sobrado durante manifestação popular no centro de São Paulo. Os fatos que a antecederam foram a derrubada – por Getúlio Vargas – do presidente Washington Luis e o impedimento da posse do paulista eleito Júlio Prestes.
Em 1930 Vargas alegava fraudes nas eleições. Hoje Michel Temer alega crimes de responsabilidade fiscal e outras querelas pessoais.
As formas, violentas ou ardilosas, de chegar intempestivamente ao poder precisam ser evitadas. Paciência e respeito são bons e todos gostam.
-
Posts recentes
- A Porta Larga 18 de setembro de 2023
- A Mamadeira 10 de agosto de 2023
- O gás 27 de julho de 2023
- Energia 7 de julho de 2023
- O 9 de julho 7 de julho de 2023
- Corote 5 de maio de 2023
- Narcisistas primitivos 28 de abril de 2023
- Entre e o direito e a justiça 5 de março de 2023
- Deixa quieto 1 de fevereiro de 2023
- Doca 29 de janeiro de 2023
Tags
- abuso do poder econômico
- abuso do poder político
- abuso sexual
- agressividade
- agressão
- agressões
- agressões violência
- alcoolismo
- ambulâncias
- analfabetismo
- animais
- apartamento
- assistência social
- autismo político
- bar
- BBB 12
- beco
- burro
- calúnia
- carros
- conferência são judas Tadeu
- conselho particular centro
- corrupção
- corrupção municipal
- crianças
- crueldade
- câmara de vereadores
- câmara municipal
- danos
- danos morais
- deficiência e educação
- deficiência mental
- difamação
- educação
- eleições
- enteado
- exploração
- faculdade
- fracasso
- fraudes
- funileiro louco
- futebol
- governo de são paulo
- governo federal
- gás
- igreja
- impeachment
- impunidade
- incivilidade
- jarbas
- Jesus
- lei
- leis
- licitações
- lixo
- loucura
- maçarico
- medicina
- ministério público
- mortes
- mtv
- médicos
- omissão
- opressão
- padrasto
- pedofilia
- pescaria
- piracicaba
- política
- pontes
- praia
- prefeito
- prefeitura
- presidenta dilma
- presidência da república
- psdb
- psicose
- psicoses
- psiquiatria
- reeleições
- rio de janeiro
- rádio
- sanguessugas
- saúde
- sociedade são vicente de paulo
- tendes trame
- tijoladas
- tráfico de influência
- tupinambicas das linhas
- TV brasileira
- van grogue
- vereador
- vereadores
- viadutos
- viagem
- violência
- violência contra crianças
- violência contra vizinhos
- vizinhos
- zé lagartto
Pesquisa de publicações
- setembro 2023 (1)
- agosto 2023 (1)
- julho 2023 (3)
- maio 2023 (1)
- abril 2023 (1)
- março 2023 (1)
- fevereiro 2023 (1)
- janeiro 2023 (2)
- dezembro 2022 (2)
- novembro 2022 (2)
- julho 2022 (1)
- março 2022 (1)
- fevereiro 2022 (1)
- janeiro 2022 (1)
- dezembro 2021 (1)
- abril 2019 (1)
- janeiro 2019 (1)
- dezembro 2018 (4)
- outubro 2018 (3)
- setembro 2018 (2)
- agosto 2018 (1)
- junho 2018 (4)
- abril 2018 (1)
- março 2018 (1)
- fevereiro 2018 (3)
- janeiro 2018 (1)
- dezembro 2017 (1)
- novembro 2017 (4)
- outubro 2017 (3)
- setembro 2017 (1)
- agosto 2017 (4)
- junho 2017 (3)
- maio 2017 (2)
- abril 2017 (2)
- março 2017 (2)
- fevereiro 2017 (1)
- janeiro 2017 (5)
- dezembro 2016 (3)
- novembro 2016 (2)
- outubro 2016 (6)
- setembro 2016 (3)
- agosto 2016 (2)
- julho 2016 (7)
- junho 2016 (2)
- abril 2016 (1)
- março 2016 (7)
- fevereiro 2016 (6)
- janeiro 2016 (5)
- dezembro 2015 (9)
- novembro 2015 (3)
- outubro 2015 (8)
- setembro 2015 (4)
- agosto 2015 (7)
- julho 2015 (8)
- junho 2015 (10)
- maio 2015 (10)
- abril 2015 (8)
- março 2015 (12)
- fevereiro 2015 (9)
- janeiro 2015 (7)
- dezembro 2014 (6)
- novembro 2014 (6)
- outubro 2014 (7)
- setembro 2014 (1)
- agosto 2014 (6)
- julho 2014 (3)
- junho 2014 (1)
- abril 2014 (3)
- março 2014 (7)
- fevereiro 2014 (1)
- janeiro 2014 (5)
- dezembro 2013 (5)
- novembro 2013 (7)
- outubro 2013 (3)
- setembro 2013 (1)
- julho 2013 (4)
- junho 2013 (3)
- maio 2013 (4)
- abril 2013 (4)
- novembro 2012 (5)
- outubro 2012 (5)
- setembro 2012 (7)
- agosto 2012 (8)
- julho 2012 (6)
- junho 2012 (5)
- maio 2012 (8)
- abril 2012 (5)
- março 2012 (5)
- fevereiro 2012 (10)
- janeiro 2012 (9)
- dezembro 2011 (5)
- novembro 2011 (8)
- outubro 2011 (7)
- setembro 2011 (11)
- agosto 2011 (12)
- julho 2011 (25)
- junho 2011 (11)
- maio 2011 (13)
Colunas
Veja quem veio
- 7.295 hits
Departamento administrativo